sexta-feira, 13 de maio de 2011

Rock Me Baby-BB King/Eric Clapton/Buddy Guy/Jim Vaughn

Eric Clapton

10 May 2011 - Eric Clapton & His Band

ERIC CLAPTON & HIS BAND - 2011, Tour Date
Odyssey Arena
Belfast

Band Lineup
Eric Clapton – guitar, vocals
Chris Stainton – keyboards
Tim Carmon - keyboards 
Willie Weeks – bass
Steve Gadd – drums
Michelle John – backing vocals 
Sharon White – backing vocals

Set List
01. Key To The Highway
02. Going Down Slow
03. Hoochie Coochie Man
04. Old Love 
05. I Shot The Sheriff 
06. Driftin'
07. Nobody Knows You When You're Down And Out
08. Still Got The Blues (Gary Moore)
09. Same Old Blues (JJ Cale)
10. When Somebody Thinks You're Wonderful
11. Layla
12. Badge
13. Wonderful Tonight
14. Before You Accuse Me
15. Little Queen Of Spades
16. Cocaine
17. Crossroads

terça-feira, 3 de maio de 2011

Politica

A invasão da mansão e a morte de Osama bin Laden no Paquistão marcam o retorno do império americano. Em uma década, os Estados Unidos assistiram perplexos a uma série de eventos raríssimos que, como aqueles infernos de mapa astral, alinharam uma inédita sucessão de infortúnios: o maior ataque estrangeiro ao território americano, a ineficácia de suas máquinas de informações e de guerra, o quase colapso do sistema financeiro e a subversão dos valores liberais com a intervenção do Banco Central no mercado para atenuar a hecatombe de 2008.
Cada um desses elementos parecia fornecer, pela originalidade ou grandeza, sinais de decadência da maior democracia, maior economia e maior máquina militar da história. O ataque terrorista às torres gêmeas e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001 usou como arma letal um dos maiores emblemas do sonho americano, o avião a jato, e como arma de propaganda dois de seus maiores componentes culturais: o desastre de imagens hollywoodianas, transmitido ao vivo pela televisão.
Foto: AP
Bin Laden, em 1998: o terror contra o império
Na sequência, a máquina de espionagem mostrava-se incapaz de cumprir a promessa de George W. Bush (“nós vamos caçá-los”) e seu poderio bélico se revelava frágil a ponto de deixar Bin Laden escapar nas montanhas do Afeganistão, onde os Talebans passaram a recuperar território e poder. Na mesma proporção do fracasso externo, os Estados Unidos reduziam-se às suas fronteiras, com medidas de segurança cada vez mais restritivas, num mundo em que a Al-Qaeda insinuava-se como ameaça global. Houve um hiato de vitória com a ocupação do Iraque e a captura de Saddam Hussein. Mas no campo da moral, a conquista do Iraque nasceu sob falsas premissas: nem o país era a principal base ou refúgio da Al-Qaeda, nem Saddam detinha as alegadas armas de destruição em massa. O império não era mais o mesmo e ainda iria enfraquecer-se.
Nas finanças, os dogmas do liberalismo foram arrastados pelo tsunami que arrasou o mercado após a quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008. E para evitar outra grande depressão econômica, o país passou a flutuar sobre um déficit público anual do tamanho de um Brasil. O euro forte, a ascensão da China, o crescimento dos Brics: em uma década, tudo conspirava contra o império americano. Mas então na noite de domingo, primeiro de maio, Osama bin Laden foi morto e, do ponto de vista simbólico, muita coisa mudou.
A começar pelo fato em si. A caçada ao líder da Al-Qaeda nunca foi a guerra de um país contra um homem, mas ao que ele representava: o ódio cego, gerado por ideias capazes de arrastar seguidores para o assassinato indiscriminado de qualquer pessoa, a qualquer hora, em qualquer um dos continentes.
Qual outro país mobilizaria tantas forças, em dois governos distintos, para chegar a esse objetivo? Qual país poderia, nessa luta, gastar em dez anos a fortuna de R$ 2 trilhões — algo como se o dinheiro de uma década das exportações brasileiras fosse integralmente destinado à guerra ao terror? Qual país teria uma máquina de espionagem capaz de manter seu alvo sob vigilância durante mais de oito meses, até construir o cenário do ataque final? Qual país seria capaz de desferir essa operação a 12 mil quilômetros de distância da sua capital? Qual país teria equipamento, tropa e treinamento de elites para invadir o quartel-general do terrorista mais procurado do mundo sem sofrer nenhuma baixa?
Israel promoveu a caça aos terroristas do atentado de Munique e os serviços secretos da União Soviética e da Rússia já envenenaram opositores do regime que se encontravam no exílio ou no exterior. Mesmo o Chile do general Augusto Pinochet mostrou que a fúria vingativa de uma ditadura não respeita fronteiras ao assassinar dois adversários políticos: o chanceler Orlando Letelier, morto na explosão de uma bomba sob seu carro numa rua de Washington, e o general Carlos Prats, vítima de outro atentado a bomba em Buenos Aires.  Mas Rússia, Israel, China ou mesmo os países da Otan talvez possam manifestar o papel de potência regional respondendo uma ou outra dessas questões. No entanto,  só um império global domina todas elas.
Barack Obama: o império se faz lembrar
A morte de Bin Laden não traz nenhuma garantia de que a Al-Qaeda ficará mais dócil ou menos operante – ao menos não no primeiro momento. Os Estados Unidos não irão relaxar as medidas de segurança interna, pelo menos enquanto não conseguirem dimensionar o tamanho do golpe que a ausência do líder terrorista irá gerar no radicalismo islâmico.  O que o ataque de primeiro de maio em Abbottabad fez foi mudar o curso de uma guerra em que o governo americano era política, financeira, militar e moralmente questionado pela comunidade internacional. A morte de Bin Laden lembra aos outros países a diferença de poder que sustenta os Estados Unidos na condição de império global.