segunda-feira, 29 de março de 2010

Varietais




Na virada de 2009/2010, permiti-me visitar meu amigo Alvaro e desfrutar de sua incomparável receptividade, participar de sua confraria, degustar vinhos maravilhosos, como o inesquecível "La Creme - um Pinot Noir Californiano" , lembro-me dele como de uma amor juvenil de verão, sempre suspirando por sua volta...


Mas deixando o saudosismo prá lá, foi por causa incontáveis conversas que tivemos que escolhi escrever sobre vinhos varietáis, após buscar mais informações sobre o assunto.



Varietal é o vinho em que o nome da variedade da uva predominante aparece com destaque no rótulo. Daí a expressão 'varietal'. A idéia de utilizar a uva predominante surgiu nos EUA e, devido à aceitação do novo conceito pelos consumidores, seu uso acabou se globalizando.



A imensa maioria dos produtores mundiais já aderiu a esse sistema, com excessão nas regiões onde os vinhos, por lei, se denominam por regiões geográficas, distritos de produção ou vinhedos como é o caso de países participantes da União Européia. Nestes países, há casos de se encontrar tais informações no contra rótulo do vinho.



A porcentagem mínima mais encontrada é de 75% da variedade declarada no rótulo, sendo que por muitos anos foi de 51%. Com isso, alguns produtores mais espertos se aproveitavam para completar os restantes 49% com uvas de menor qualidade e não estamos falando do Brasil. Os produtores mais sérios já adotavam a atual quantidade mínima bem antes da exigência legal.



Quando realizada nas proporções corretas, o resultado final é um vinho complexo e mais equilibrado. Vinhos com 100% da mesma variedade, quase unanime nos brancos, são chamados de varietais puros, monovarietais. Já ouvi também o termo "blend".



A rotulagem varietal é muito mais ampla em áreas onde não haja restrições em relação às uvas e consequentemente vários tipos de vinhos podem ser produzidos. O fato é que essa tendência vem aumentando bastante até em países mais conservadores. O consumidor médio parece estar interessado em identificar com mais facilidade vinhos de diferentes uvas para então estabelecer preferências comparativas de preços e origens.



Sejam varietais, misturados ou puros, o que mais importa é que vinhos de qualidade estarão cada vez mais presentes na mesa das pessoas que sabem apreciar o que é bom.










segunda-feira, 22 de março de 2010

Vendendo a alma ao Diabo



Outro dia, conversando com meu amigo Dr. Alberto sobre blues, percebi que há tantas versões sobre a lenda de Robert Johnson vender a alma ao Diabo que resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto.

Não tenho a pretensão de esclarecer algo ou tampouco sentenciar a verdade..., muito pelo contrário, prefiro acrescentar mais uma nas inúmeras polêmicas que existem acerca do inesgotável tema.



A lenda sobre o ato destemido, imprudente, desesperado de vender a alma ao diabo em troca de alguma aptidão especial ou “favor”, existe há séculos e tem sido associado a vários gêneros musicais, mas no foi blues que ficou marcado, com mais firmeza, como uma sina, prá ser um bom bluseiro, tem que vender a alma.



Apesar disso, a verdade é que, quando os cantores de blues falaram sobre o diabo, estavam mais se referindo a uma mulher ou patrão (chefe) que os maltratou do que do Príncipe das Trevas.




Skip James gravou “Devil Got My Woman” em 1931. Ele tinha uma voz incrível, onde certamente parece assombrado por infernal. Mas ele estava mais preocupado com sua mulher do que com qualquer outra coisa sobrenatural.



A maioria dos tipos de música não-religiosa (e muitas atividades) foram apelidados de “coisas do diabo” pelos frequentadores da igreja.



Assim, o blues ganhou o apelido duradouro de “Música do Diabo”, e por acabar sendo uma visão que a “diferenciava” dos outros gêneros musicais, alguns músicos de blues abraçaram a idéia, esperando que isso os fizesse famosos.



Uma grande estrela do blues, da década de 1930, chegou ao ponto de usá-lo como uma ferramenta de marketing – muito bem sucedida, por sinal. Ele chamava a si mesmo de “Xerife do Inferno” ou de “Cunhado do Diabo” (Devil´s Son in Law), e se tornou bastante popular e imitado por músicos de sua época. Peetie Wheatstraw provavelmente ganhou muitos fãs à procura de uma forma “ligeira” de rebelião, e fucionou porque ele apresentou uma alternativa – um tanto subversiva para a época, é verdade – para as atividades consideradas aceitáveis pela igreja sem ser verdadeiramente ameaçador. Peetie Wheatstraw se esforçou para criar essa “conexão” com o diabo, e foi bem sucedido na sua intenção . Além disso, seu público parece ter entendido que tudo era uma grande brincadeira.



Uma história bem diferente é a de Tommy Johnson, também está intimamente ligada com o diabo. No seu caso, a história que ele vendeu sua alma ao diabo veio anos depois de sua morte.



Foi seu irmão Ledell, um ministro da igreja, quem espalhou a história (já clássica, agora) de Tommy indo para uma encruzilhada para fazer um trato com o demônio e voltar com a habilidade de tocar qualquer música que ele quisesse. Embora nas músicas de Tommy Johnson não apareçam referências ao diabo, essa história tornou-se uma parte importante da mitologia do blues. Importante lembrar que ela saiu da boca de um homem devotado à Igreja, e que considerava uma vida “fora da igreja” como uma “vida do diabo”. “Big Road Blues” foi uma de suas canções populares, que muitos seguidores tocaram também.



A música (letra) “Devil’s Got the Blues”, de Lonnie Johnson’, demarcou a “ligação” entre o diabo e o blues com mais precisão do que nenhuma outra.



Lonnie Johnson canta:




"o blues é como o diabo, cai sobre você como um feitiço, deixa o seu coração cheio de sofrimento e sua pobre cabeça cheia maus pensamentos"
.


O “blues” e o “diabo” representam o que há de errado no mundo. Assim, não é surpreendente que os dois se cruzem com bastante frequência, sendo o diabo mais frequentemente usado para representar um problema, e não a promessa de sacrificar a alma – como tão frequentemente é referenciado na lenda de Robert Johnson (que se aplica também a Tommy Johnson e outros).



Mas Robert Johnson era apenas um outro homem, que certamente sofreu influência desses artistas da sua época, mas ele deve ser lembrado por sua música e da tradição Bluesística de onde veio, e não como uma exceção que obteve seu talento através de meios sobrenaturais.




sobre Robert Johnson, outro dia... ele merece um só seu....

Algumas músicas sobre o tema:



Devil Got My Woman – Skip James


She Belongs to the Devil – Washboard Sam


Devil’s Son-In-Law – Peetie Wheatstraw


Peetie Wheatstraw Stomp – Peetie Wheatstraw


Big Road Blues – Tommy Johnson


Dealing with the Devil – Brownie McGhee


Devil’s Got the Blues – Lonnie Johnson




só pra Lembrar, Mr. Johnson, na próxima, quem sabe...

sábado, 13 de março de 2010




Pinot Noir




Considerada a grande uva da Borgonha, a Pinot Noir é uma variedade extremamente delicada, que sofre profundamente com as mudanças ambientais, como alternâncias de frio e calor, e é notoriamente complicada para trabalhar depois de colhida, já que sua casca se rompe facilmente, liberando o suco da fruta.

A ênfase recai tanto sobre a vantagem de plantá-la em climas frios como em fazer uma rigorosa seleção clonal, pois o plantio do clone errado em locais inadequados resultam em vinhos insípidos.

Mesmo depois da fermentação, o vinho feito com a Pinot Noir é de difícil avaliação fora do barril e, mesmo na garrafa, muitas vezes varia, apresentando-se fraco num dia e exuberante no outro.

Em geral, os vinhos Pinot Noir atingem a maturidade em 8 a 10 anos, declinando pouco tempo depois.

Além de ser a uva clássica da Borgonha, ela também tem seu papel na Champagne, onde é prensada imediatamente depois de colhida a fim de produzir suco branco.

A Pinot Noir é praticamente a única tinta cultivada na Alsácia.

Na Califórnia, os vinhos Pinot Noir se destacaram no fim dos anos 80 e início dos 90, e parecem ter possibilidade de progredir futuramente.

Para melhorar substancialmente a qualidade, é preciso não vinificar a Pinot Noir como se fosse Cabernet, deve-se plantar os vinhedos em climas mais frios e não se esquecer de que a produção deve ser pequena e controlada.

Aromas e sabores: Quando jovem, frutas vermelhas (framboesas, morangos e cerejas). Na Borgonha, notas florais (violeta), enquanto na Califórnia e na Austrália, surge o café torrado (aromas "empireumáticos").

Maduro, principalmente na Borgonha, lembra caça, couro, alcaçuz, trufas negras, estábulo e o "sous-bois", misto de terra úmida, cogumelos e folhas em decomposição.
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Sem dúvida, os melhores Pinots tem sua origem na Borgonha, mas hoje já há uma clara evolução em outras regiões, tais como a California (Vale do Napa), Austrália, Argentina (Patagônia) e no Chile.
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A Pinot é a mais feminina das uvas, elegante, sedutora e misteriosa.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Mulher...

Que traz beleza e luz aos dias mais difíceis
Que divide sua alma em duas
Para carregar tamanha sensibilidade e força Que ganha o mundo com sua coragem
Que traz paixão no olhar Mulher, Que luta pelos seus ideais,
Que dá a vida pela sua família

Mulher

Que ama incondicionalmente
Que se arruma, se perfuma
Que vence o cansaço

Mulher,
Que chora e que ri

Mulher que sonha...

Tantas Mulheres, belezas únicas, vivas,
Cheias de mistérios e encanto!

Mulheres que deveriam ser lembradas,amadas, admiradas todos os dias...
Para você, Mulher tão especial...

Feliz Dia Internacional da Mulher!

domingo, 7 de março de 2010

Video Blog

The Ford Blues Band


Little Wing

Jimi Hendrix

Well she's walking through the clouds
With a circus mind that's running round
Butterflies and zebras
And moonbeams and fairy tales
That's all she ever thinks about
Riding with the wind.
When I'm sad, she comes to me
With a thousand smiles, she gives to me free
It's alright she says it's alright
Take anything you want from me, Anything.
Fly on little wing,
Yeah yeah, yeah, little wing


Key to highway

versão: Eric Clapton (letra: Little Water)

I've got the key, to the highway,
billed out and bound to go
I'm gonna leave here running,
because, walkin' is most too slow

I'm goin' back to the border,
where I'm better known
Because,you haven't done nothin',
but drove, a good man away from home

Give me one more kiss, mama,
just before I go
I'm gonna leave this town,
girl I, won't be back no more

When the moon peep over the mountain,
honey, I'll be on my way
I'm gonna roam this highway,
until the break of day

Well it's so long, so long baby,
I'm gonna say goodbye
I'm gonna roam this highway,
until the day I die


quinta-feira, 4 de março de 2010

Maior encontro internacional de gaitas acontece no SESC Pompeia em março

Evento realizado anualmente pela Unidade é considerado o maior festival do gênero na América Latina

Nos dias 19 e 20 de março, o SESC Pompeia realiza pelo 9º ano consecutivo o Encontro Internacional da Harmônica.
O evento que procura valorizar a gaita é considerado o maior festival da América Latina e em 2010 reúne o gaitista e cantor norte americano Mitch Kashmar, o veterano argentino Adrian Jimenez, a catarinense Tiffany Helga, o carioca e pioneiro do blues nacional, Flávio Guimarães e, representando a tradicional escola da harmônica cromática brasileira, o Quarteto Pererê.
A gaita está para o blues assim como o sax está para o jazz e é nesse estilo que a maior parte do seu público pode ser encontrado.
Em suas oito edições anteriores, o Encontro Internacional da Harmônica atraiu um público superior a 7.000 pessoas, tornando-se o maior festival do gênero em toda América Latina.
Quem abre o festival em 2010 são os paulistanos do Quarteto Pererê.
No segundo show da noite, Flávio Guimarães, que está lançando seu sétimo álbum solo, sobe ao palco para mostrar seu blues.
E para finalizar a primeira noite, quem se apresenta é o norte americano Mitch Kashmar.
Na segunda e última noite, o público pode apreciar o som da catarinense Tiffany Helga, acompanhada do Capone Brothers.
Em seguida, o veterano argentino Adrian Jimenez sobe ao palco da Choperia do SESC Pompeia. Para encerrar a noite e o festival, Mitch Kashmar se apresenta novamente.
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 19 de março21h - Quarteto Pererê (São Paulo)21h50 - Flávio Guimarães (Rio de Janeiro)22h40 - Mitch Kashmar (EUA)23h50 - Término do show
Sábado, 20 de março21h - Tiffany Helga & Capone Brothers (Santa Catarina - Brasil)21h40 - Adrian Jimenez (Argentina)22h20 - Mitch Kashmar (EUA) 23h50 - Término do show
Serviço: SESC POMPEIA REALIZA 9º ENCONTRO INTERNACIONAL DE HARMÔNICA
Rua Clélia, 93 Dias 19 e 20 de março de 2010.
Sexta e sábado, às 21h.Choperia – Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.
Ingressos: R$ 4,00 a 16,00
Lotação: 800 pessoas
Duração: 180 minutos
Telefone para informações: (11) 3871-7700
Acesso para deficientes – não há estacionamento próprio
Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220
Funcionamento da bilheteria do SESC Pompeia – de terça a sábado, das 9h às 21h e aos domingos, das 9h às 20h. Aceitam-se cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard, Diners Club International e American Express) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro, Redeshop e Cheque Eletrônico). Ingressos podem ser adquiridos em todas as unidades do SESC, incluindo CineSESC.*