terça-feira, 21 de junho de 2011


Nesses tempos de superabundância de informação, há tempo de sobra até outubro para que fãs de Eric Clapton no Brasil, sobretudo os que comprarem ingressos para o maior show da passagem do legendário guitarrista pelo país (dia 9 na HSBC Arena, além de apresentações em Porto Alegre, dia 6, e em São Paulo, dia 12), ficarem sabendo: dizer que a atual turnê do britânico é low profile é pouco. Sem efeitos visuais e com um tom intimista simbolizado por contatos raros e curtos de Clapton com o público, a experiência de vê-lo hoje, já perto dos 70 anos (está com 66) e depois de várias temporadas livre do apego de aditivos, é de apreciação musical, não de agito.
'Hits' mais recentes estão fora
A preocupação de deixar o blues falar mais alto ficou clara na recente residência de Clapton no Royal Albert Hall, em Londres, nas últimas semanas de maio, com 11 apresentações. À frente de uma banda tarimbada e tão concentrada quanto ele na tarefa de fazer cócegas em escalas, o homem considerado por alguns uma divindade das seis cordas só revela sua maior preocupação com o público na maneira como compõe o repertório dos shows, sem grandes mudanças nos últimos seis anos.
Ausentes estão todos os discos originais de estúdio desde "Journeyman", de 1989 - ou seja, nada de "Tears in heaven" ou "Change the world". Presentes estão os sucessos mais clássicos, incluindo os que Clapton pega emprestado do cancioneiro do blues, que tanto lhe fez bem e pelo qual ele tanto fez ao lado de colegas de profissão britânicos - o guitarrista é um dos "garotos branco" britânicos a que BB King tanto agradece pela saída da obscuridade num dos filmes mais emocionantes da série de documentários lançada na década passada pelo cineasta Martin Scorsese.
E é com um cover ("Key to the highway", de Charlie Segar), que Clapton inicia os trabalhos e estabelece as regras do jogo. No centro do palco, trajando uma combinação sóbria de calça de brim e camisa escuras de mangas curtas, e com mocassins cor de caramelo, ele e sua guitarra Fender azul-bebê conduzem o show. Sem exagerar nos solos, Clapton também dá espaço para os escudeiros - durante vários momentos da apresentação de uma hora e 45 minutos, são os tecladistas Chris Stainton e Tim Carmon que estão sob os holofotes.
A voz serena de Clapton, mesmo na hora de versos mais "gritados", precisa da ajuda das vocalistas de apoio Sharon White e Michelle John apenas para as harmonias. Velhos companheiros do guitarrista, o baterista Steve Gadd e o baixista Willie Weeks cuidam do andamento, que, apesar da velocidade reduzida, tem lá suas armadilhas. Ainda mais quando "Hoochie Coochie Man", o blues mais famoso do repertório de mestre Muddy Waters, se transforma numa minijam, apesar de ser a apenas a terceira música da noite.
Ajeitando a cabeleira grisalha, Clapton se limita aos "obrigados" entre uma música e outra. Como contrapartida pela falta de amenidades, oferece ao público sucessos. Lá estão "Old love", "Badge", "Wonderful tonight" e, claro, "Layla", ainda que na versão do álbum acústico de 1995, não a pungente original de 1970. "Cocaine" e uma versão bem-comportada de "Crossroads" fecham um show certamente do agrado de um público mais fiel, mas que pode deixar uma plateia menos especializada, ou mesmo uma que há 10 anos espera a terceira vinda de Clapton, querendo mais. A não ser que o velho Mão Lenta tenha guardado alguns truques na manga...


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Rock Me Baby-BB King/Eric Clapton/Buddy Guy/Jim Vaughn

Eric Clapton

10 May 2011 - Eric Clapton & His Band

ERIC CLAPTON & HIS BAND - 2011, Tour Date
Odyssey Arena
Belfast

Band Lineup
Eric Clapton – guitar, vocals
Chris Stainton – keyboards
Tim Carmon - keyboards 
Willie Weeks – bass
Steve Gadd – drums
Michelle John – backing vocals 
Sharon White – backing vocals

Set List
01. Key To The Highway
02. Going Down Slow
03. Hoochie Coochie Man
04. Old Love 
05. I Shot The Sheriff 
06. Driftin'
07. Nobody Knows You When You're Down And Out
08. Still Got The Blues (Gary Moore)
09. Same Old Blues (JJ Cale)
10. When Somebody Thinks You're Wonderful
11. Layla
12. Badge
13. Wonderful Tonight
14. Before You Accuse Me
15. Little Queen Of Spades
16. Cocaine
17. Crossroads

terça-feira, 3 de maio de 2011

Politica

A invasão da mansão e a morte de Osama bin Laden no Paquistão marcam o retorno do império americano. Em uma década, os Estados Unidos assistiram perplexos a uma série de eventos raríssimos que, como aqueles infernos de mapa astral, alinharam uma inédita sucessão de infortúnios: o maior ataque estrangeiro ao território americano, a ineficácia de suas máquinas de informações e de guerra, o quase colapso do sistema financeiro e a subversão dos valores liberais com a intervenção do Banco Central no mercado para atenuar a hecatombe de 2008.
Cada um desses elementos parecia fornecer, pela originalidade ou grandeza, sinais de decadência da maior democracia, maior economia e maior máquina militar da história. O ataque terrorista às torres gêmeas e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001 usou como arma letal um dos maiores emblemas do sonho americano, o avião a jato, e como arma de propaganda dois de seus maiores componentes culturais: o desastre de imagens hollywoodianas, transmitido ao vivo pela televisão.
Foto: AP
Bin Laden, em 1998: o terror contra o império
Na sequência, a máquina de espionagem mostrava-se incapaz de cumprir a promessa de George W. Bush (“nós vamos caçá-los”) e seu poderio bélico se revelava frágil a ponto de deixar Bin Laden escapar nas montanhas do Afeganistão, onde os Talebans passaram a recuperar território e poder. Na mesma proporção do fracasso externo, os Estados Unidos reduziam-se às suas fronteiras, com medidas de segurança cada vez mais restritivas, num mundo em que a Al-Qaeda insinuava-se como ameaça global. Houve um hiato de vitória com a ocupação do Iraque e a captura de Saddam Hussein. Mas no campo da moral, a conquista do Iraque nasceu sob falsas premissas: nem o país era a principal base ou refúgio da Al-Qaeda, nem Saddam detinha as alegadas armas de destruição em massa. O império não era mais o mesmo e ainda iria enfraquecer-se.
Nas finanças, os dogmas do liberalismo foram arrastados pelo tsunami que arrasou o mercado após a quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008. E para evitar outra grande depressão econômica, o país passou a flutuar sobre um déficit público anual do tamanho de um Brasil. O euro forte, a ascensão da China, o crescimento dos Brics: em uma década, tudo conspirava contra o império americano. Mas então na noite de domingo, primeiro de maio, Osama bin Laden foi morto e, do ponto de vista simbólico, muita coisa mudou.
A começar pelo fato em si. A caçada ao líder da Al-Qaeda nunca foi a guerra de um país contra um homem, mas ao que ele representava: o ódio cego, gerado por ideias capazes de arrastar seguidores para o assassinato indiscriminado de qualquer pessoa, a qualquer hora, em qualquer um dos continentes.
Qual outro país mobilizaria tantas forças, em dois governos distintos, para chegar a esse objetivo? Qual país poderia, nessa luta, gastar em dez anos a fortuna de R$ 2 trilhões — algo como se o dinheiro de uma década das exportações brasileiras fosse integralmente destinado à guerra ao terror? Qual país teria uma máquina de espionagem capaz de manter seu alvo sob vigilância durante mais de oito meses, até construir o cenário do ataque final? Qual país seria capaz de desferir essa operação a 12 mil quilômetros de distância da sua capital? Qual país teria equipamento, tropa e treinamento de elites para invadir o quartel-general do terrorista mais procurado do mundo sem sofrer nenhuma baixa?
Israel promoveu a caça aos terroristas do atentado de Munique e os serviços secretos da União Soviética e da Rússia já envenenaram opositores do regime que se encontravam no exílio ou no exterior. Mesmo o Chile do general Augusto Pinochet mostrou que a fúria vingativa de uma ditadura não respeita fronteiras ao assassinar dois adversários políticos: o chanceler Orlando Letelier, morto na explosão de uma bomba sob seu carro numa rua de Washington, e o general Carlos Prats, vítima de outro atentado a bomba em Buenos Aires.  Mas Rússia, Israel, China ou mesmo os países da Otan talvez possam manifestar o papel de potência regional respondendo uma ou outra dessas questões. No entanto,  só um império global domina todas elas.
Barack Obama: o império se faz lembrar
A morte de Bin Laden não traz nenhuma garantia de que a Al-Qaeda ficará mais dócil ou menos operante – ao menos não no primeiro momento. Os Estados Unidos não irão relaxar as medidas de segurança interna, pelo menos enquanto não conseguirem dimensionar o tamanho do golpe que a ausência do líder terrorista irá gerar no radicalismo islâmico.  O que o ataque de primeiro de maio em Abbottabad fez foi mudar o curso de uma guerra em que o governo americano era política, financeira, militar e moralmente questionado pela comunidade internacional. A morte de Bin Laden lembra aos outros países a diferença de poder que sustenta os Estados Unidos na condição de império global.

sábado, 2 de abril de 2011

A China e o vinho

Tem se tornado lugar comum. Milionários chineses investindo em tudo ao redor do mundo. Com sua economia em plena expansão, o que não falta é dinheiro  para gastar. E isso eles tem feito e muito. Compram empresas, investem em países subdesenvolvidos (principalmente na África) atrás de  matéria prima para sustentar seu crescimento. Financiam com suas armas guerras intermináveis, são responsáveis por uma matança sem propósito, mas nada que já não tenhamos visto na história da civilização. Invadem o mercado mundial com produtos baratos e de qualidade discutível, para ser minimamente complacente.

É o capitalismo Chinês. E veio para ficar. 

Política, econômia, globalização são temas recorrentes e interessantes que constantemente debato com meu grande amigo, Alváro, presidente da Confraria Campassi,  que muito me orgulho de ser membro.

Alváro, você nos deve uma visita.

Divagações à parte, vamos ao tema de hoje, a China e o vinho.


Com constância, tenho lido notícias sobre milionários chineses que buscam investir em luxo. Eles estão avançando sobre Bordeaux. Seis vinícolas da tradicional região de vinhos da França já foram compradas por "investidores" da China, o que demionstra uma crescente tendência de magnatas asiáticos instalarem-se em território francês. 

Desde 2008, os chineses adquiriram as vinícolas Château Latour-Laguens, Château Richelieu, Château Chenu-Lafitte, Château de la Salle, Château de Viaud (a única comprada por uma empresa estatal da China) e Château Laulan Ducos. 


O vinho vive um crescimento explosivo sem precedentes na China. As exportações de vinho francês para o gigante asiático tiveram um aumento espetacular de 98% em 2010. E a dupla China-Hong Kong tornou-se o primeiro cliente dos vinhos de Bordeaux em valores, com um total de 333 milhões de euros anuais. Na China, a imagem do vinho de alta qualidade é de Bordeaux, o que explica o avanço chinês sobre as vinícolas dessa região, segundo informa a AFP.


“Depois dos britânicos, holandeses e japoneses, não nos surpreende que os chineses cheguem agora, é a natureza das coisas”, afirmou Georges Haushalter, presidente do Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bourdeaux (CIVB).


Se não bastasse a compra de vinículas, os chineses também pretendem ser os maiores produtores de vinho do mundo!

Há cinco anos, a China mal conhecia vinho feito de uvas: era apenas um "acontecimento marginal". Mas nesse curto espaço de tempo, o país tornou-se o sexto maior produtor de uvas viníferas, com aspirações grandiosas de se tornar o maior produtor mundial de vinhos. Estima-se que até 2058, a China liderará a produção mundial, "com Cabernets capazes de concorrer com os de Bordeaux". 

São muitos os relatos de vinho de origem discutível (china), falsificações baratas de Bordeaux.

O que realmente sabemos é que seus produtos, em um contexto generalizado, não atendem, ainda, os padrões de qualidade exigidos, restando um longo percurso a trilhar.

A China é uma realidade, seus produtos também. 

Vinho não é só o plantio da uva, sua colheita e fermentação, envasamento e venda.

É história, cultura, paixão...é como o blues

Boa sorte aos chineses...


Bons vinhos !

domingo, 27 de março de 2011

Discussões Enófilas.

Estava em um pequeno embate salutar com meu grande amigo Alberto, que agora desfila seus conhecimentos enófilos, oriundos dos cursos que faz e encantado com os novos conhecimentos adquiridos,  vertendo em crença uma de suas teses,  a da inaplicabilidade do  "best buy". 

Óbvio, como em qualquer embate, protagonizado por pessoas de personalidade forte, há a contradição, que não poderia deixar de ter sido por mim levantada e enfaticamente defendida. Por acreditar verdadeiramente sim, mas também para mostar-lhe que deve ter em mente outras opiniões, não apenas da "grife" que ministra o curso assistido.

Há também outros fatores, já que somos humanos e de sentimentos, às vezes, não tão nobres,  como o pensamento: "como ousa este jovem iniciante no mundo enófilo questionar-me, que há anos labuto na matéria" . rsrsrs... coisas de homens (na verdade, crianças não crescidas), ...rsrs.

Entendo que há uma importância significativa nas discussões e, quando sabemos aproveitá-las, nos fazem questionar nossas próprias convicções, nossos pensamentos, nossos ideais.

Relato o fato ocorrido para relembrar o velho mestre Saul Galvão, infelizmente já falecido, de quem sou assumido fã. O velho mestre não era apenas um jornalista de números expressivos. Seu trabalho como expert no ofício de informar sobre comida e bebida era acima de tudo relevante mas descomplicado: ele sabia se comunicar com amadores, especialistas, profissionais, brindava a todos com seu profundo conhecimento.

Seu grande livro, "Tintos e Brancos", escrito em 1992 e constantemente revisado, é atual, é fundamental a quem procura conhecimento, é um clássico.

Irei, sempre que possível, republicar alguns de seus textos, suas dicas, suas críticas, seu conselhos, é o mínimo que faço de quem tanto absorvi conhecimento e, acima de tudo, ensinamentos.

Meu bom amigo, permita a si o direito à contradição, questione, não se torne um escravo das cifras $$$$$.

Doctor, abaixo, realizo seu sonho e desejado  "copy-cola", que tanto propaga que faço... , com todos os dados originais.....rsrsss

Dicas do velho mestre para espumantes, que serão bem vindos no show que iremos assistir em breve....(quem sabe desencalho, borbulhas fazem milagres), ahahahahahahah.

Espumantes Nacionais 

  • 9 de dezembro de 2008|
  •  
  • 19h05|
  • Por Saul Galvão
"Um espumante é um vinho que passa por duas fermentações: na primeira, comum a todos vinhos, o açúcar do mosto das uvas é transformado em alcool; na segunda, fermentos colocados no líquido produzem o gás, as bolinhas. Essa segunda fermentação pode acontecer na própria garrafa, o chamado método champenoise, usado no melhor e mais conhecido espumante do mundo, o Champagne (método champenoise) ou em grandes cubas fechadas como se fossem autoclaves, o sistema charmat, mais rápido.
Praticamente todos os países que fazem vinhos também têm seus espumantes, utilizando uvas das mais variadas, notadamente Chardonnay (branca) e Pinot Noir (tinta), as principais da região de Champagne, onde é feito o melhor e o que mais serve de modelo para produtos no mundo inteiro.
No Brasil, felizmente, temos espumantes de primeira frutos dos dois sistemas (charmat e champenoise) e feitos com várias cepas. As uvas da Champagne estão fazendo progresso no Rio Grande do Sul. Crescem os espumantes gerados pela Chardonnay (mais difundida) e Pinot Noir. Mas entram também outras uvas notadamente a Moscato base de muito bons espumantes doces e a Riesling Itálica, bastante difundida e com especial vocação para os espumantes.
A degustação de produtos com preços entre R$ 18 e R$ 40 foi das mais gostosas. Além dos quatro selecionados, devem ser destacados o Aurora Chardonnay Charmat (no mesmo nível que o Salton Ouro, porém um pouco mais caro) e o Salton Brut, praticamente no mesmo patamar e com uma extraordinária relação qualidade preço, pois seus preços rondam os R$ 18.
Salton Reserva Ouro Brut
Onde encontrar: Kylix Vinhos. Telefone: 3825-4422.
Preço: R$ 29
Cotação: 87/100 pontos.
Um espumante muito gostoso, feito pelo sistema charmat com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálica. Passou seis meses em contato com as borras, com o fermento que provocou a segunda fermentação. Um vinho bem clarinho com bastante gás, que subia em fileiras regulares pelo copo.Provavelmente engarrafado em 2008, o que é um bom sinal, indica vinho jovem. Aroma não dos mais potentes, mas gostoso, fino. Melhor na boca. Bastante refrescante, com um toque mineral dos mais agradáveis. Amargor final não muito potente. Deixou sensação agradável na boca. Ótimo para bebericar. 12% de álcool.
Aurora Pinot Noir Brut
Onde encontrar: Aurora. Telefone: 3051-6124.
Preço: R$ 30
Cotação: 88/100 pontos.
Um lançamento recente, um “blanc de noirs”, isto é um branco elaborado com uvas escuras, no caso a Pinot Noir. Um espumante de primeira, com aroma potente e lembrando frutas vermelhas, talvez cerejas, como é característico da Pinot Noir. Sistema charmat. Cor um pouco carregada, atraente. Afinal, as uvas de base são escuras. Manteve o alto nível na boca. Um espumante encorpado, cremoso, com bastante fruta e uma ótima acidez. Bom para bebericar, mas pode acompanhar muitos pratos. Final de boca muito bom. Aparece um ligeiro amargor, mas o que prevalece é uma sensação gostosa, de frescor. 12% de álcool.
Marson Brut
Onde encontrar: Cave Marson. Telefone: 5042-3890.
Preço: R$ 32
Cotação: 88/100 pontos.
Um ótimo espumante, bastante aromático e gostoso na boca. Sistema charmat e 100% Chardonnay. Segundo o rótulo, “expedição de 2008″, indicando que o vinho é bem jovem, foi terminado e colocado na garrafa neste ano. Uma informação importante para o consumidor. Bem clarinho, amarelo-palha, com perlage muito boa. Bastante gás, constante. Aroma ótimo, lembrando vinhos tranqüilos nacionais feitos com a Chardonnay. Aroma frutado. Na boca, cremoso, fresco e equilibrado. Ótimo para o aperitivo. Tem um certo amargor, mas a sensação agradável prevalece no final. 12,5% de álcool.
Chandon Reserve Brut
Onde encontrar: Empório Frei Caneca. Telefone: 3472-2082.
Preço: R$ 39,90
Cotação: 89/100 pontos.


Uma garantia, um vinho constante e melhor a cada dia. Elaborado pelo sistema charmat com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálica. Pelo rótulo, dá para deduzir que foi engarrafado em 2008, o que é um bom sinal. Clarinho, bonito, com muito gás. As bolinhas delicadas e duradouras subiam pelo copo em cordões regulares. Aroma muito bom mesmo, evocando a fruta da Chardonnay, mas não muito intenso. Algo mineral no nariz. Macio, gostoso e refrescante na boca. Frutas e toques minerais. Bem leve, elegante, excelente para bebericar. Deixa sensação de boca limpa. 11,8% de álcool."
Obs:. os preços estão desatualizados, a publicação original é de 2008


BONS VINHOS!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um "sonzinho" fim de noite.....

Há várias receitas para se ouvir o velho mestre da guitarra, a maioria com um Bourbon, abaixo, a minha...

Um Pinot Noir - Saurus -Patagonia Select - 2006, um pouco de melancolia, uma noite chuvosa... e o velho mestre Slow hand


RIVERS OF TEARS



Its 3 miles to the river,
That would carry me away,
And 2 miles to the dusty street,

That I saw you on Today,
Its 4 miles to my lonely room,
Where I will hide my face,
And about a half a mile to the downtown bar,

That I ran from in disgrace,
Lord how long do I have to keep on running,

Seven hours, Seven days or Seven years,

All I know is since youve been gone,
feels like Im drowning in a river,

Drowning in a river of tears,
Drowning in a river,
feels like im drowning,

Drowning in a river,
In 3 more days Ill leave this town,
and dissapear without a trace,

A year from now maybe settle down,
Where no one knows my face,

I wish that I could hold you,
One more time to ease the pain,
But my times run out and I got to go,

Got to run away again,
Still I catch myself thinking,
One day I'll find my way back here,
You'll save me from drowning,

Drowning in a river,
Drowning in a river of tears,
Drowning in a river,
Feels like Im drowning,

Drowning in a river
Oh how long must this go on,




Drowning in a river,
Drowning in a river of tears








http://www.youtube.com/watch?v=7_ROxQedXjU






I Have the Blues Every day

domingo, 20 de março de 2011

Toscana - Uma uva, três nomes.

Toscana



A Toscana (terra "mia", Lucca - Lunata,) é uma das mais românticas e culturalmente mais vibrantes regiões vinícolas do mundo. Florença (MIchelangelo)  foi o berço do Renascimento e essa área ainda é um refúgio para todos os tipos de artífices: escultores, marceneiros, prateiros e naturalmente os vinhateiros. 

De Florença ao sul para Siena, e depois novamente ao sul até Montalcino, existem pequenas aldeias e cidades serranas que em muitos aspectos parecem intocadas pelo tempo. As vinícolas variam de tamanho, desde de pequenas até grandes vinícolas.


A Toscana também é o berço de três dos mais importantes vinhos tintos italianos: o Chianti, o Brunello di Montalcino e o Vino Nobile di Montepulciano (Barolo - uva Nebbiollo - da região do Piemonte - ao norte da Itália, outro grande vinho italiano que merece atenção). Embora todos sejam feitos com a uva Sangiovese – a mais importante uva tinta usada em todos os destacados vinhos tradicionais e considerada uma das melhores uvas da Itália, seus sabores são notavelmente diferentes.

Dai ai três nomes e uma uva

Sangiovese:

A Sangiovese aparece de maneira mais contundente, brilhante nos famosos Chianti Classico, com uma acidez marcante, típica para os molhos de tomate da região, mas vai muito bem com os impecáveis sanduiches de mortadela, clássico regional.

Originam, também, maravilhosos vinhos de guarda, entre eles o Castello di Ama, (que tanto desejo... eu chego lá...), mas no geral, seus vinhos são ótimos para o dia a dia...

Prugnolo Gentile:

Em Montepulciano, região mais quente, o amadurecimento da uva se dá de forma mais intensa, resultando em vinhos um pouco mais alcoólicos e mais macios. Esta denominação da Sangiovese, não aceita totalmente, vem crescendo em sua aceitação.









IMPORTANTE


O texto sobre os vinhos da Toscana já estava quase pronto, faltava apenas a revisão, mas... o blog trata de vinho e blues e por um momento único que vivi,  achei oportuno o pequeno texto abaixo, puro blues...

"O que dá vida ao Blues, é o sentimento, a interpretação da dor."

Muitas pessoas confundem o blues, o lamento explicitado, a tristeza cantada em versos, com depressão, a vocação pelo sofrer...

Ao cantar sua dor, ao revelar suas fraquezas, o verdadeiro "bluseiro" nada mais faz do que exorcizar seus males, curar suas feridas... Jamais deixará de viver intensamente, demonstrar seus sentimentos e, acima de tudo, seguir em frente.

Seus lamentos não são eternos, se eternizam pela música, sua dor é passageira, suas feridas cicatrizam...  Na verdade, são apenas momentos que poucos tem coragem de demonstrar e, ao fazê-lo,  não significa que desejam revive-los, mas sim, expressa-los e, quando o fazem, já foram superados, mas não esquecidos.

Apaixonar-se com profundidade e sem medo, viver cada momento como único sem se culpar pela perda, pela dor, são situações que cada um de nós pode e deveria vivenciar, mas apenas aquele que tem o sangue pulsante em suas veias e a coragem de expressar seus sentimentos pela música pode seguir em frente e ser chamado de bluesman!!!!

I have the blues every day.




bem, passado o momento blues...

Brunello:

O Brunelo di Montalcino é o vinho mais reverenciado da Toscana. É o vinho mais  raro, mais caro e mais duradouro da região, produzido em Montalcino (uma aldeia medieval murada, pendurada no topo de uma colina rochosa), seus vinhos granham ares sérios e com excepcional potencial de longevidade. As uvas não aproveitadas para o Brunello, são utilizadas para o menos nobre Rosso de Montalcino, vinhos mais simples, mas não menos prazeroso, afinal, é de Monltalcino!!!

Os vinhos da região da Toscana são apresentados anualmente em um grande evento típico chamado Anteprima Chianti Classsico, Anteprima Vino Nobile e Benvenuto Brunello ( DR.  ALBERTO . O CHILE É LEGAL  MAS... lembre-se "o quinteto irreverente"), juntando as três regiões em um evento único e imperdível!"!!!!!

Quem sabe em um deles estaremos presentes !!!!!!!!!

enquanto isso...


Bons Vinhos !

domingo, 13 de março de 2011

Eric Clapton - From the Cradle

Tamanha sua genialidade, Eric Clapton nunca pôde ser caracterizado como ícone de um único gênero. Os fãs, entre eles eu, sabem bem que em seu íntimo, "Slow hand" mantém um forte elo com o blues. Prova disso foi o lançamento do excelente From the Cradle. Trata-se de 16 faixas, incluindo-se clássicos de peso, que levam aos fãs a essência de um Clapton diferenciado, com alma de bluesman.

Abrindo o álbum, Blues Before Sunrise dá mostras do que vem pela frente. A sincronia perfeita entre os acordes da guitarra e o vocal propositadamente rouco de Eric fazem desta faixa a mais empolgante de todas.

Third Degree, Reconsider Baby, Hoochie Coochie Man e Five Long Years formam uma das melhores seqüências que já ouvi em um álbum de blues. Não apenas por se tratarem de quatro clássicos do estilo, mas principalmente porque Clapton os faz ficar ainda melhores. Em Third Degree, o bom e velho blues de fim de noite. A sonoridade imposta pelo Deus da Guitarra transporta o ouvinte ao Mississipi do início do século passado, quando os negros cantarolavam em tons melodramáticos. Reconsider Baby – de Lowell Fulson – traz incursões de um piano muito bem executado por Chris Stainton, eterno companheiro de Clapton.

Por todos os motivos pertinentes – trata-se de uma lenda do blues - Hoochie Coochie Man é a melhor faixa de From the Cradle. Na minha modesta opinião, nenhum outro blues representa tanto o gênero quanto este. Interpretado por Eric Clapton, torna-se um ícone da música mundial. Não menos clássica, Five Long Years é um show de técnica. A guitarra nas mãos de seu Deus transcende o que há conhecido no blues. 

Esse é o diferencial de Clapton.

I´m Tore Down reúne elementos do dançante rock n’ roll dos anos 50. E assim como em Five Long Years, o guitarrista justifica o apelido. A calmaria que reina em How Long Blues, por sua vez, faz com que este seja um dos blues mais prazerosos já gravados. A combinação piano-gaita-violão convida os fãs a se sentarem em um canto ensolarado e "saborearem" cada um dos acordes.

Particularmente, Goin’ Away Baby é a faixa mais modesta de From the Cradle. Traz um bom balanço, é verdade, um ótimo acompanhamento de gaita, mas não chega a contagiar. Em contrapartida, Blues Leave Me Alone e Sinner’s Prayer são ideais para serem ouvidas com um bom copo de whisky nas mãos (eu particularmente prefiro um bom Cabernet Sauvignon, mas os puristas dirão que não combina, às favas os puristas). A segunda faixa ainda ganha, mais uma vez, o vocal rouco de Clapton.

Motherless Child perde-se um pouco do estilo imposto ao álbum. Trata-se de uma faixa diferenciada, que agrupa elementos variados do blues. Vale ser ouvida com atenção.

It Hurts Me Too – clássico de Elmore James –, Someday After a While e Standin’ Round Crying são perfeitas. De todas as faixas de From the Cradle, são as únicas em que se percebe, do início ao fim, o estilo bluesman de Eric Clapton, sob todas suas influências.

E por falar em influência, Driftin’ é uma homenagem não explícita ao estilo único de John Lee Hooker. Trata-se de um autêntico boogie, com batida de pé e violão, apenas.

Groaning The Blues fecha o álbum com maestria. Clássico de Willie Dixon, o Deus da Guitarra o interpreta de forma que seu instrumento "chore" todas as notas, mesclando seu próprio virtuosismo ao estilo melodioso de BB King. From the Cradle, efetivamente, é um dos álbuns TOP da história do blues.

Temos neste disco um Clapton voltado ao Blues, mostrando toda sua essência, sua técnica e acima de tudo, sua magistral interação com o instrumento, que o levaram a ser chamado de o "Deus da Guitarra".

Em 2004, Eric grava o excepcional Session for Robert Jonhson, onde o mestre faz uma releitura dos grandes clássico da lenda do Blues.

Mas ai.. já é uma outra história para um outro dia...

I Have The Blues Every Day